Mestranda em Educação, UDE, Neuropsicopedagoga Clínica, professora de pós-graduação, Faculdade CENSUPEG,, https://orcid.org/0000-0003-2215-7300 y marselijohnsson12@gmail.com.
A distorção que envolve a identidade das pessoas com Altas Habilidades/Superdotação, é um fator que dificulta sua visibilidade na sociedade. Essa invisibilidade tem grande magnitude quando falamos na identificação de mulheres adultas, as quais desde meninas tem questões culturais e de gênero que impedem a real visualização do potencial acima da média. No fenômeno das Altas Habilidades/Superdotação, por muito tempo a sociedade compreendeu na perspectiva dos mitos. Portanto, identificar AH/SD em mulheres com os obstáculos que o contexto histórico e cultural impôs, deixou este gênero percepcionar que todo seu funcionamento intelectual era algo natural. Segundo Prado (2011) o círculo social, a qual a mulher está inserida, contribuirá na promoção ou inibição de suas habilidades e talentos. Na sociedade a qual convivemos acaba por não enxergar as habilidades e talentos em mulheres. Sabe-se que os indicadores de Altas habilidades/Superdotação (AH/SD), não escolhe gênero. Contudo, o gênero masculino apresenta um número significativo de identificação quando se refere a pesquisas sobre o assunto. Pode-se inferir que a cultura que categorizou os gêneros de uma maneira hierarquizada, contribui para a invisibilidade do gênero feminino quanto aos indicadores de AH/SD. Apesar das repercussões da pós-modernidade, com a contestação de padrões e estereótipos, as barreiras quanto a identificação do gênero feminino ainda precisa ser desvelada. Segundo o Ministério da Educação e Cultura (MEC): “altas habilidades/superdotação é definida com notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados, capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criativo ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes e capacidade psicomotora”. De acordo com o arcabouço científico sobre AH/SD, podemos citar as autoras Susana Pérez (2012) e Karina Paludo (2012), as quais trouxeram em suas pesquisas sobre o processo de reconhecimento e aceitação das AH/SD que ocorre de maneira muito menor em mulheres e de forma muitas vezes desgastante do ponto de vista cultural em especial a escola. Estas distorções culturais fazem com que as mulheres sejam identificadas em menor número, não construindo sua identidade como uma pessoa com AH/SD. Esta equação tem ao longo de diversas pesquisas, apontado uma disparidade de gênero. A disparidade de gênero e a relação com AH/SD, nos é apresentado por pesquisadoras de diversos países como Linda Silvermann (Colorado/EUA), Sally Reis (Connecticut /EUA), Luz Pérez Sanchéz (Espanha), Denise Fleith (Brasil) e Susana Graciela Barrera Pérez (Uruguai). Para contribuir com as questões que envolvem as AH/SD e as mulheres, subvalorização e seu autoconceito, esta pesquisa pretende identificar as Altas habilidades/Superdotação em mulheres no ensino superior. O universo a ser pesquisado é composto por turma de pós-graduação em Neuropsicopedagogia em três estados diferentes (PR, SC e RS). A pesquisa a ser desenvolvida tem por finalidade realizar a identificação das AH/SD de mulheres que cursam a Neuropsicopedagogia. Os aportes teórico-metodológico, oportunizarão a técnica de estudo de caso acerca do objeto por meio de uma abordagem qualitativa. Esta identificação contará com uso screnning específico para a identificação das altas habilidades/superdotação, questionário, entrevistas abertas e entrevista semiestruturada para compreender as mulheres e seus comportamentos frente seu funcionamento intelectual.
Palavras chave: altas habilidades/superdotação, mulheres, identificação, autoconceito.