Mestranda em Educação, Universidad de
la Empresa.
Especialista en Altas Habilidades/Superdotação.
Trata-se de um estudo intensivo e sistemático sobre o suposto da existência de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) entre os que apresentam comportamentos indisciplinados, no contexto de uma escola pública da rede municipal paulistana, nos quintos anos do ensino fundamental de nove anos. A fundamentação teórica desta pesquisa está amparada nos conceitos de inteligência de Gardner (1993, 2000) e de superdotação de Renzulli (1975, 1986), buscando também autores que tratam da indisciplina no contexto escolar. A existência de normativas legais relacionadas à Educação Especial, e políticas vigentes da educação na perspectiva da Educação Inclusiva, que em sua teoria deveria contemplar os estudantes com Altas Habilidades/ Superdotação, também público-alvo da educação especial, na prática, continuam invisíveis. O desconhecimento sobre o assunto, dificulta o processo de reconhecimento e criação de demanda para seu atendimento de fato, além do direito. A capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural, é definida por Gardner (1993, p. 21), como uma inteligência, habilidade, algo ainda a ser desenvolvido. Esse mesmo autor propõe a Teoria das Inteligências Múltiplas, elencando oito inteligências, sendo elas: lógico-matemática, linguística, corporal-cinestésica, espacial, musical, naturalista, interpessoal e intrapessoal. Temática diretamente ligada aos estudos do comportamento superdotado. De acordo com diversos autores (RENZULLI, 2016; PFEIFFER, 2017; SVIERCOSKY, 2018; CARIGNANI, 2021; NAGC, 2022) aproximadamente 10% de qualquer população são pessoas com AH/SD, sendo que pode se estimar a mesma porcentagem no contexto escolar. Os desconhecemos, mas existem. Considerando a não existência de identificação formal das Altas Habilidades/ Superdotação pela Rede Municipal de Educação, foi determinado esse o contexto para identificar entre os alunos considerados indisciplinados, os alunos com Altas Habilidades/Superdotação, nas turmas de quintos anos, por terem uma vida pessoal e acadêmica em desenvolvimento, os pais conhecem melhor seus filhos, por ainda estar no ciclo interdisciplinar, tem um período maior com o professor regente, que pode avaliar melhor quando há o destaque, sem correr o risco de confundir com precocidade. Para tal pesquisa, este projeto tem a intenção de mostrar os processos para essa concretização, iniciando com as conceituações e concepções de indisciplina e inteligência, por meio de entrevistas com os professores e observações do contexto escolar das turmas de quintos anos. Os docentes responderão a um questionário, demonstrando o que entendem por essa temática esses profissionais; e para os alunos das classes observadas, terão uma ficha de informações pessoais e um instrumento padronizado para avaliar indicadores de Altas Habilidades/ Superdotação; conceituações e características das Altas Habilidades/ Superdotação; aplicação dos instrumentos de indicadores de Altas Habilidades/Superdotação para possível identificação de estudantes nessas condições, baseados em Freitas e Pérez (2016). Para a análise dos dados será utilizada a técnica de análise de conteúdo de Bardin (2004). A partir desse estudo poderemos diminuir a ignorância desse tipo de alunos, que não são fantasmas, mas, sim, alunos com direitos, incluindo ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), para seu enriquecimento.
Palavras chave: Altas Habilidades/Superdotação, invisibilidade, (in)disciplina