Percepções de acadêmicas sobre o ensino remoto: desafios e possibilidades do Regime de Exercícios Domiciliares Especiais
Academic perceptions into remote education: challenges and possibilities of the Special Home Exercise Regime
Recibido: 28/05/2022
Aprobado: 27/09/2022
Thaieni Mazetto Costa[1]
Priscila Michelon Giovelli[2]
Andréia Jaqueline Devalle Rech[3]
Resumo
Este artigo foi baseado nos relatos de experiência de duas acadêmicas do curso de Pedagogia Diurno, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - localizada em Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil - que participaram do Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (REDE), adotado durante a suspensão das atividades presenciais da Universidade, por conta da pandemia do Covid-19 (março/2020). Metodologicamente, o artigo configura-se como uma pesquisa qualitativa, do tipo relato de experiência, que se caracteriza pelo caráter descritivo, interpretando e compreendendo sobre fenômenos vividos num dado período histórico. A partir da análise dos relatos de experiências, elencaram-se cinco categorias: "Como aconteceu a mudança do presencial para o remoto"; "Desafios de estudar em casa"; "Dificuldades perante o ensino remoto"; "Metodologias adotadas pelos docentes no ensino remoto: quais foram favorecedoras e quais dificultaram a aprendizagem" e "Adequação quanto ao uso das novas tecnologias da informação e da comunicação para gerir os processos de aprendizagem". Conforme as exposições, percebemos que os discentes têm muito a dizer sobre a pandemia, o ensino remoto, o distanciamento físico, as necessidades, os desafios, as preferências e o como é “ser acadêmico” cotidianamente. Analisamos a importância do REDE durante esse processo de adaptações por parte de ambos, docentes e discentes, sendo uma maneira significativa de, na medida do possível, manter-se vínculos e de potencializar a aprendizagem. Concluímos que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) foram essenciais e, apesar dos empecilhos, provocaram inúmeras descobertas de algo que muitas vezes era visto como distante da realidade acadêmica.
Palavras-chave: relato de experiência, ensino remoto, novas tecnologias, desafios, possibilidades.
Abstract
This article was based on the experience reports of two students of the Daytime Pedagogy course, at the Federal University of Santa Maria (UFSM) - located in Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil - who are participating in the Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (REDE), which was adopted during the suspension of face-to-face activities from the University, because of the Covid-19 pandemic (march/2020). Methodologically, the research qualifies as qualitative, typed like experience report, which is based on the description, interpreting and assimilating about phenomena experienced in a given historical period. From the analysis of article experiences, five categories were listed: "How did the change from face-to-face to remote happen?"; "Challenges of studying at home"; "Difficulties in remote education"; "Methodologies adopted by teachers in remote education: which one helped and which one hindered learning" and "Adequacy regarding the use of new information and communication technologies to manage learning processes''. According to the exhibitions, we realize that students have much to say about the pandemic, remote education, physical distancing, needs, challenges, preferences and what it is like to "be an student” on a daily basis. We analyze the importance of the REDE during this process of adaptations by both professors and students, and in a significant way, as far as possible, keep links and increase learning. We conclude that Information and Communication Technologies (ICTs) were essential and, despite all complications, caused numerous discoveries about something often seen as distant from the academic reality.
Keywords: experience of report, remote teaching, new technologies, challenges, possibilities.
Os anos de 2020 e 2021 foram marcados pela pandemia do Coronavírus (COVID-19) e seus reflexos em vários âmbitos da vida do ser humano, levando em consideração aspectos que se referem à saúde da população, que sofreu com a ação tão intensa e devastadora deste vírus que causou milhares de mortes no Brasil e no mundo. Com o objetivo de minimizar o agravamento da pandemia iniciou-se o isolamento social, lembrando da questão maior que é a saúde de todos. Além disso, registra-se que a pandemia refletiu em alterações em outros âmbitos, como por exemplo, nas questões econômicas e sociais das pessoas, com destaque para o aumento da pobreza, da fome e das desigualdades sociais, problemas estes já existentes ao longo da história humana.
Com a Educação, estas perspectivas não foram diferentes, afinal, escolas e universidades não estavam preparadas para trabalhar com uma mudança tão rápida e de tamanha proporção como esta que foi imposta em decorrência da pandemia. Discentes, docentes, gestores, servidores e comunidade em geral encontraram inúmeros desafios e dificuldades para colocar em prática o ensino remoto, alternativa encontrada para manter os vínculos entre instituições de ensino e discentes para que a aprendizagem, de alguma forma, pudesse acontecer. Nas universidades este processo ocorreu com várias incertezas e obstáculos, levando em consideração as inúmeras diversidades de contextos, singularidades, sentimentos e vivências encontradas entre os sujeitos envolvidos.
Neste sentido, as tecnologias, antes muitas vezes vistas distantes ou como “distrações” durante o processo de aprendizagem, assumiram um papel essencial de mediar o encurtamento das distâncias entre os atores presentes no processo de ensinar e de aprender.
Portanto, ao longo deste tempo, aconteceram ressignificações sobre a mediação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na Educação Básica e Superior, que potencializaram a construção, a qualificação e o compartilhamento de conhecimentos, mesmo em tempos tão difíceis como estes que todos estão vivendo.
Dentro desta perspectiva, no dia 16 de março de 2020, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - localizada em Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil - em decorrência do cenário pandêmico, suspendeu suas atividades presenciais, seguindo as orientações da Resolução N.02/2020/PROGRAD, de 17 de março de 2020 (UFSM, 2020a) e instaurou a Resolução N. 024/2020/PROGRAD, de 11 de agosto de 2020 (UFSM, 2020b), regulamentando o Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (REDE), durante a suspensão das atividades presenciais acadêmicas. Sendo assim, este artigo objetiva relatar a experiência de duas acadêmicas do Curso de Pedagogia Diurno da UFSM, vivenciada por meio do REDE, com o intuito de compartilhar como o processo ocorreu, ou seja, os desafios e possibilidades decorrentes desse novo modo de construir o conhecimento, mediado pelas TICs. Desse modo, a partir desse artigo, pretende-se compartilhar os sentimentos e desafios vivenciados por ambas as acadêmicas e as oportunidades potencializadas nestes tempos tão incertos.
Portanto, optamos por construir o artigo com relatos de experiências de acadêmicas durante o ensino remoto, por reconhecermos a importância de ouvir, acolher e compreender os discentes que também tiveram que se reinventar para evoluir em seus processos de aprendizagem no contexto pandêmico. Assim, entendemos que este artigo pode contribuir para que, de alguma forma, a partir desses relatos, possam ser criadas/aperfeiçoadas ferramentas e metodologias que possibilitem e qualifiquem a aprendizagem, mediadas pelas tecnologias, que se apresentaram essenciais durante a manutenção e o fortalecimento dos vínculos, bem como, para as trocas de conhecimentos e saberes entre docentes e discentes.
Materiais e método
Este trabalho configura-se como uma pesquisa qualitativa do tipo relato de experiência, sendo esta
[...] concebida na reinscrição e na elaboração ativada através de trabalhos da memória, em que o sujeito cognoscente implicado foi afetado e construiu seus direcionamentos de pesquisa ao longo de diferentes tempos. Isso posto, conjugará seu acervo associativo agindo processualmente, tanto em concomitância com o evento, como trazendo o produto processado pelas elaborações e em suas concatenações, e, finalmente, apresentará algumas das suas compreensões a respeito do vivido (Daltro & Faria, 2019, p. 7).
Desse modo, os relatos de experiências se centraram nas narrativas de duas acadêmicas do Curso de Pedagogia - Diurno, da UFSM, em que as mesmas rememoram acontecimentos vividos durante o ano de 2020, decorrentes da implementação do REDE, por conta da Pandemia do Covid-19.
As acadêmicas participantes do estudo foram identificadas no decorrer do trabalho como A1 e A2, de modo a manter preservada suas identidades. A acadêmica A1 tem 20 anos, atualmente cursa o 5º semestre do curso de Pedagogia Diurno/UFSM e é bolsista de Iniciação Científica. Reside no interior do município de Nova Palma (RS – Brasil) e seus pais são pequenos agricultores. A acadêmica A2 tem 19 anos, cursa o 3º semestre do mesmo curso e também é bolsista de Iniciação Científica. Reside no município de Caxias do Sul (RS – Brasil), seu pai é autônomo eletricista e a mãe atua como auxiliar de nutrição.
Após analisar o relatos das acadêmicas participantes da pesquisa, foi possível identificar cinco categorias de análise: "Como aconteceu a mudança do presencial para o remoto"; "Desafios de estudar em casa"; "Dificuldades perante o ensino remoto"; "Metodologias adotadas pelos docentes no ensino remoto: quais foram favorecedoras e quais dificultaram a aprendizagem" e "Adequação quanto ao uso das novas tecnologias da informação e da comunicação para gerir os processos de aprendizagem", que serão analisadas na sequência desse texto, na seção “Resultados e Discussões”.
A partir do relato de suas experiências, as acadêmicas puderam refletir sobre as experiências vividas de forma a ressignificá-las e, com isso, construir novos saberes de forma a compreender de que modo podem se reorganizar para que os novos hábitos sejam, aos poucos, uma rotina menos desgastante. Da mesma maneira, seus relatos promovem uma maior visibilidade de como foi desafiador gerenciar os processos de aprendizagem por meio do REDE e, a partir disso, sensibilizar a comunidade acadêmica para a necessidade de um olhar mais atento e sensível em que os aspectos de saúde mental são importantes de serem observados e preservados.
Resultados e Discussões
Após análise dos relatos de experiência, foi possível identificar cinco categorias, discutidas na sequência deste texto.
Categoria 1 "Como aconteceu a mudança do presencial para o remoto"
Nesta categoria as acadêmicas descreveram sobre as mudanças encontradas no processo de transformação do ensino presencial para o remoto, que aconteceu de forma inesperada e repentina no mês de março de 2020, decorrente do cenário pandêmico. A seguir, encontram-se dispostos os relatos das discentes A1 e A2 sobre como vivenciaram o momento de suspensão das atividades presenciais da Universidade Federal de Santa Maria:
“Em 2019, quando ingressei no curso de Pedagogia da UFSM, consegui uma vaga na Casa do Estudante Universitário (UFSM), na qual morei durante meus 3 primeiros semestres do curso, em que as atividades eram presenciais. Com a suspensão das mesmas, optei por retornar à casa dos meus pais e cursar as cadeiras, cumprir com minhas responsabilidades e seguir preocupando-me com minha formação, como sempre tive essa prioridade” (Relato da Acadêmica A1).
“Quando ingressei na Universidade, no primeiro semestre de 2020, já iniciei meus estudos através do REDE, minha turma foi a última, do Centro de Educação, a ter um trote presencial. Por isso, confesso que foi bem desmotivador, eu, como caloura, estava no ápice da ansiedade e emoção por ter conseguido passar em uma Federal e tinha grandes planos para concretizar na Universidade, porém a pandemia, de certa forma, acabou adiando meus planos e a vontade de descobrir mais sobre esse universo novo teve de ser saciada de maneira remota” (Relato da Acadêmica A2).
Estes relatos indicam que cada acadêmica vivenciou a mudança do presencial para o remoto de forma singular. A acadêmica A1 ingressou em 2019 e, por isso, vivenciou as aulas presenciais na UFSM, já a acadêmica A2, ingressou em 2020, ou seja, frequentou apenas uma semana de aulas no Campus, após esse período, as aulas foram suspensas e permaneceram assim até a conclusão do segundo semestre de 2021, finalizado no mês de fevereiro de 2022[4]. Contudo, é possível ver que ambas foram impactadas com as mudanças da modalidade de ensino: do presencial para o remoto:
“[...] causou inúmeras inseguranças, medos, ansiedades e preocupações com relação à minha saúde e dos meus queridos, mas também com meu processo formativo acadêmico [...]” (Relato da acadêmica A1).
“[...] confesso que foi bem desmotivador [...] estava no ápice da ansiedade e emoção por ter conseguido passar em uma Federal [...] a pandemia, de certa forma, acabou adiando meus planos e a vontade de descobrir mais sobre esse universo novo teve de ser saciada de maneira remota” (Relato da acadêmica A2).
Nesta perspectiva, os relatos supracitados das discentes A1 e A2 sobre a mudança da modalidade do ensino presencial para o remoto dialogam com Santos e Zaboroski (2020), quando ambas salientam que
Enfrentar uma pandemia é um desafio constante: isolamento social, medo e ameaça da doença, convívio com a ideia de morte. Não é uma situação fácil para ninguém, porém, os estudantes e professores precisam, ainda, adaptar-se a uma nova dinâmica de ensino em suas próprias residências, com pessoas do outro lado da tela e com os amigos e colegas distantes (Santos & Zaboroski, 2020, p. 45).
Desse modo, adaptar-se a novas rotinas não é tão tranquilo para algumas pessoas, assim como não foi para as duas acadêmicas, que precisaram enfrentar seus medos, adiar sonhos, resultando em um pico maior de ansiedade.
Categoria 2 "Desafios de estudar em casa"
Nesta categoria são explorados os desafios que as discentes participantes deste relato enfrentaram para prosseguir com suas atividades acadêmicas em um ambiente diverso, suas residências, caracterizado por uma rotina diferente da que acontece na Universidade, exigindo mudanças e adaptações, conforme podemos analisar a seguir:
“Com o retorno à casa de meus pais, que sempre me apoiaram bastante com os estudos e meus afazeres, tive bastante dificuldades para entender esta mudança e este novo ritmo de estudo, afinal, a rotina deles é diferente e muitas vezes, não aceitam muito bem essa rotina exaustiva que todos estamos tendo na universidade, fechados em um cômodo estudando. Além disso, como estou em casa, sinto-me responsável também por colaborar com as tarefas domésticas, alimentação e deveres que o campo exige. Além disso, sou bem ansiosa e, com toda essa situação, creio que isso só se agravou mais. Confesso que é bem difícil tudo isso, principalmente pelo excesso de demandas associadas a outros aspectos que muitas vezes nem imaginávamos que iriam surgir, além de, é claro, estarmos distantes de pessoas e de ambientes tão queridos e especiais para nós. Enquanto seres humanos e sociais, creio que os abraços, carinhos e essa interação presencial, fazem muita falta para o processo de aprender.
Como acadêmica, sempre gostei de ‘trocar figurinhas’ com os colegas, dialogar, fazer dinâmicas ativas e com a pandemia isso tornou-se mais difícil. Claro que, através das tecnologias, estamos tentando manter esses vínculos, que são tão importantes para nossa vida” (Relato da Acadêmica A1).
“Iniciar a nova rotina não foi nada fácil, além de conciliar as minhas atividades universitárias com a minha vida diária, tive que ajudar a minha irmã (de 9 anos) nas suas atividades da escola. Muitas vezes o notebook travava durante as aulas, a câmera não ligava, os cachorros latiam, a gata miava, a minha mãe me chamava e assim o dia seguia, sempre com alguma distração além da minha própria mente que, às vezes sozinha, já era tão dispersa. Sempre tive bastante contato com meus professores e colegas durante a Educação Básica, gostava de desenvolver uma amizade com eles para que a aprendizagem pudesse ser mais significativa pra mim, mas dessa forma virtual é muito mais difícil conhecer alguém, e eu que já sou quieta, falei muito pouco nas aulas síncronas, me senti sozinha nesse novo ambiente, algo que me desanimava muitas vezes, pois não tinha com quem fazer os trabalhos em grupo e nem com quem somente conversar sobre as disciplinas” (Relato da Acadêmica A2).
Os relatos supracitados despertam um olhar mais atento para os vários desafios de estudar em casa que foram desencadeados a partir da suspensão das atividades presenciais na universidade. Neste sentido, Martins et al (2020, p. 23), destacam que
Neste período foi revelada a exclusão digital, onde professores e alunos foram impelidos a realizar o impossível com recursos particulares, quais sabemos, nem todos possuem, além disso, precisaram conciliar suas responsabilidades familiares. Há de se considerar que o momento exigia um ensino remoto emergencial, e que este descortinou questões já existentes; a indagação vem sobre o que se fará com esses incômodos.
As reflexões tecidas por Martins et al (2020), são verificadas em alguns relatos das acadêmicas, quando mencionaram, por exemplo, que
“[...] em casa, sinto-me responsável também por colaborar com as tarefas domésticas, alimentação e deveres que o campo exige” (Relato da acadêmica A1).
“[...] não foi nada fácil, além de conciliar as minhas atividades universitárias com a minha vida diária, tive que ajudar a minha irmã (de 9 anos) nas suas atividades da escola” (Relato da acadêmica A2).
Ambas, também, destacaram os obstáculos referentes à mudança de rotina, à distância física dos colegas e dos professores:
“[...] Como estudante, sempre gostei de ‘trocar figurinhas’ com os colegas, dialogar, fazer dinâmicas ativas e com a pandemia isso tornou-se mais difícil” (Relato da acadêmica A1).
“[...] é muito mais difícil conhecer alguém, e eu que já sou quieta, falei muito pouco nas aulas síncronas, me senti sozinha nesse novo ambiente, algo que me desanimava [...] não tinha com quem fazer os trabalhos em grupo e nem com quem [...] conversar sobre as disciplinas” (Relato da acadêmica A2).
Sobre esse aspecto, Durão e Raposo (2020, p. 36), refletem que
[...] trazer para a sala de aula, mesmo que virtual, problemas reais e o diálogo como exercício de cidadania e discussão de ideias, de problemas ou de conceitos, permite seguramente fazer da sala de aula um espaço mais significativo para cada estudante e mais democrático, mais enriquecedor e sobretudo um espaço que forma (técnica e cientificamente) mas que ao mesmo tempo pode contribuir para a transformação social.
Portanto, diante desses desafios, foi necessário que os docentes oportunizassem espaços de diálogo, de modo que os acadêmicos pudessem se expressar, sentirem-se confortáveis para relatar possíveis dificuldades emocionais e/ou sociais advindas do isolamento social resultado do afastamento físico dos colegas.
Categoria 3 "Dificuldades perante o ensino remoto"
Nesta seção as falas das discentes abordaram sobre as dificuldades de organização e concentração durante o processo de aprendizagem na modalidade remota. Além disso, os relatos das acadêmicas foram permeados pelas singularidades de como cada uma vivenciou este período em suas diversas facetas, como é possível perceber nas falas que seguem:
“Na minha percepção, a maior dificuldade é conseguir conciliar estudos, casa, família, trabalho, saúde e lazer. Sinto-me muitas vezes atarefada com várias questões acontecendo ao mesmo tempo, o que acaba atrapalhando meu processo de concentração para conseguir estudar e aprender. Sempre priorizei minha formação, dedicando o máximo possível de tempo e de saúde para conseguir ‘dar conta’ das demandas da graduação. Porém, concomitante, desenvolvi problemas de coluna (devido a má postura), insegurança, ansiedade etc., o que também dificulta a aprendizagem. Além disso, como estou no interior, são comuns os problemas em relação a energia elétrica e conexão de internet. Também percebo que nem todos os colegas conseguem participar do ensino remoto, pois, existem muitas desigualdades e contextos” (Relato da acadêmica A1).
“Para mim, uma das maiores dificuldades é conseguir me concentrar para assistir as aulas e fazer as atividades, sei que os professores estão dando o seu máximo, mas, mesmo com conteúdos tão interessantes e com professores tão didáticos, muitas vezes, não consigo me concentrar por muito tempo, logo perco o foco, fico cansada e isso me leva a um sentimento de frustração que me deixa exausta emocional e fisicamente” (Relato da acadêmica A2).
Os relatos acima reforçam os desafios que se apresentaram aos discentes durante o ensino remoto, em especial dois deles: dificuldades de acesso à internet e gerência dos seus estudos. Gusso et al (2020, p. 7), discutem sobre esses dois aspectos, para eles:
Primeiro, a possibilidade de acesso dos estudantes à Internet. O segundo aspecto, ainda mais complexo, diz respeito ao repertório dos estudantes para estudo em ambiente virtual, o que exige deles maior grau de autonomia e sofisticação em habilidades acadêmicas, como leitura e escrita, bem como no uso de recursos digitais. Garantir que os estudantes tenham acesso à Internet e repertório compatível com o ensino on-line é um desafio que cabe às Instituições de Ensino Superior (IES) superarem (com o necessário apoio de políticas públicas amplas).
Desse modo, tanto a acadêmica A1 quanto a A2 discorreram a respeito das dificuldades em gerenciar seus estudos, pois estão novamente residindo com seus familiares e, por isso, suas rotinas foram alteradas. Logo, a adaptação do estudo no ambiente familiar se mostrou como uma barreira nos processos de aprendizagem de ambas.
Categoria 4 “Metodologias adotadas pelos docentes no ensino remoto: quais foram favorecedoras e quais dificultaram a aprendizagem”
Na categoria 4 são expostas as narrativas das discentes A1 e A2 sobre as metodologias adotadas pelos docentes no ensino remoto, em que ambas mencionaram os pontos positivos e negativos vivenciados durante este processo de aprendizagem mediado pelas TICs.
“Percebo que o ensino remoto foi/está sendo difícil também para os professores, que são impactados com inúmeros desafios, reuniões e responsabilidades. Logo, penso que a pandemia trouxe muitos pontos negativos, porém, acredito que possibilitou muitas oportunidades de reflexões, (re) invenções e de possibilidades de olharmos o processo de aprendizagem de forma diferente. Acredito que, nesse momento, foi ainda mais evidenciada a necessidade de um olhar e uma escuta sensível para os “atores” que compõem uma escola/universidade. Percebo que está sendo um período de maior protagonismo de cada acadêmico em sua própria construção de conhecimentos e o foco em uma aprendizagem mais ativa, leve, prazerosa, que considere as singularidades de cada um, está ainda mais presente na realidade de muitas instituições. Assim, sinto que a grande maioria dos professores está fazendo um esforço para constantemente buscar ferramentas novas para serem usadas nas propostas mediadas pelas tecnologias, como por exemplo, Padlet, HangoutsMeet, Google Drive, vídeos, mapas mentais/conceituais etc., o que de certa forma me motiva a seguir aprendendo e dar continuidade à minha graduação. Porém, registro que percebo alguns professores que seguiram com as metodologias e os materiais que eram utilizados no presencial, ou seja, mesmo período de tempo de duração da aula, sem muita flexibilidade e adaptações das metodologias, o que acaba desmotivando e, inclusive, prejudicando a aprendizagem. Muitas vezes, sinto decepção por não ter conseguido ‘dar conta’ do proposto, mesmo sendo outro contexto e tendo outros empecilhos, além da graduação. Além disso, algumas ferramentas exigem uma melhor qualidade de internet, de aparelhos tecnológicos mais potentes e ainda um conhecimento mais específico, que muitas vezes tanto alunos como professores apresentam dificuldades de manipular” (Relato da acadêmica A1).
“Percebi que muitos professores buscaram rapidamente se adaptar ao nosso novo contexto, realizando cursos que os auxiliassem no manuseio das tecnologias utilizadas. No começo os professores se restringiram ao uso do Moodle apenas, depois de algumas semanas viram a necessidade de utilização de outras plataformas como o Google Meet, Google Drive, Youtube para postagem de vídeos, dentre outros. Essa busca por novas plataformas nos auxiliou de forma bastante significativa, pois também tivemos que aprender a utilizá-las, muitas vezes junto com os professores, e nos possibilitou descobertas e desafios para esse ensino remoto. Porém, ao mesmo tempo em que alguns estavam motivados a fazer esse processo de aprendizagem acontecer, outros professores se estagnaram no tempo, apenas nos trazendo conteúdos em cima de conteúdos, textos e mais textos, alguns sem explicações compreensíveis e outros sem aulas síncronas onde poderíamos debater, questionar, entender de fato de que se tratava todo aquele referencial teórico e onde ele poderia ser aplicado na prática do nosso dia a dia. Sei que para muitos professores foi um grande desafio e também sei que eles se esforçaram muito, cada um dentro da sua possibilidade, para fazer esse ensino acontecer, e por mais que as dificuldades não tenham sido poucas, conseguimos seguir por três semestres. Fico muito feliz por ver que a cada semestre os professores têm se redescoberto, adaptando suas práticas pedagógicas, inovando e, na minha opinião o principal, nos motivando e apoiando para continuar e não desistir da Educação brasileira” (Relato da acadêmica A2).
A partir desses relatos, verificamos o quanto é relevante debater sobre as metodologias que foram usadas pelos professores neste momento pandêmico. Como abordam Santos e Zaboroski (2020, p. 54), é muito importante
[...] discutir a metodologia educacional no atual momento de pandemia, uma vez que a base de tal sistema é constituída por seres humanos providos de sentimentos, ansiedades, limitações e incertezas, que são – como todos atualmente – reféns de suas posses e finanças para manter-se e, consequentemente, para desenvolver seu processo de estudo e aprendizagem.
Dessa forma, constatamos como foi importante para as acadêmicas a mudança de metodologias adotadas pelos professores, nesse caso, com o uso de novas tecnologias da informação e da comunicação, que auxiliaram de forma extremamente significativa para o processo de aprendizagem tanto dos discentes como dos docentes.
Categoria 5 “Adequação quanto ao uso das novas tecnologias da informação e da comunicação para gerir os processos de aprendizagem”
Nesta última categoria as discentes sistematizaram suas experiências em relação à adequação quanto ao uso das TICs em seus processos de aprendizagem, abordando que tanto docentes quanto discentes enfrentaram empecilhos, mas também, encontraram oportunidades de aprendizados que irão permanecer mesmo com o retorno das atividades presenciais na universidade.
“Acredito que o ensino remoto teve pontos positivos tanto para professores como para acadêmicos e, dentre eles, destaco a oportunidade de descobrir novas tecnologias da informação e da comunicação para possibilitar/aperfeiçoar os processos de aprendizagem. Além disso, também percebo como reflexo positivo do ensino remoto a constante busca por tentar valorizar o acadêmico, escutar suas angústias e sentimentos, buscando de alguma forma auxiliá-lo a construir conhecimentos, ou seja, percebo que está de certo modo tentando reconhecer que cada acadêmico tem uma realidade, aprende de uma forma e precisa que suas particularidades sejam reconhecidas. Assim, acredito que as tecnologias muito têm a contribuir para valorizar este acadêmico e oportunizar que, apesar do distanciamento físico e da situação pandêmica que estamos passando, os processos de aprendizagem aconteçam, possibilitando inclusive a minha participação na construção de trabalhos com colegas distantes fisicamente para eventos científicos que acontecem até em outros estados, perspectiva essa, que no presencial seria até mais difícil. Porém, percebo que nem todos os colegas conseguem acompanhar as atividades remotas" (Relato da acadêmica A1).
“No começo, alguns professores ficaram receosos em relação ao uso de novas ferramentas tecnológicas, começamos nos comunicando apenas pelo e-mail ou pelas mensagens do Moodle, e nos encontrando ainda um pouco perdidos, sem saber apresentar a tela no Google Meet, iniciando os arquivos compartilhados no Google Drive… hoje já consigo perceber um grande avanço, temos grupos no WhatsApp com alguns de nossos professores, estamos a cada dia descobrindo uma ferramenta nova e nos ajudando e ensinando numa relação acadêmico-acadêmico, acadêmico-professor, professor-acadêmico. Podemos dizer que o ensino remoto tem encurtado distâncias, tenho colegas que estão em outros estados participando da mesma sala virtual, posso dialogar com professores convidados de outras instituições e consigo analisar pesquisas e práticas pedagógicas de pesquisadores que estão em outro país, trazendo também o contraste da pandemia nos diferentes contextos. Isso para mim tem sido muito interessante e inovador, visto que, antes da pandemia, nunca tive um contato tão intenso com as tecnologias da informação e comunicação como estou tendo agora, meus conhecimentos nessa área só têm se desenvolvido” (Relato da acadêmica A2).
As narrativas das acadêmicas A1 e A2 abordadas na categoria 5 enfatizaram as dificuldades e possibilidades encontradas por docentes e discentes no que diz respeito à utilização de novas ferramentas tecnológicas nos processos de reinventar o ensinar e o aprender no formato do ensino remoto emergencial. Neste sentido, Souza, et al (2020, p. 9), analisam que
No terreno das discussões sobre as ações mobilizadas pelos professores em tempos de isolamento social, entendemos que o debate permeia diversas formas de práticas pedagógicas. Pensar novas ferramentas e técnicas de ensino para o processo de ensino-aprendizagem é possibilitar novas formas de aprendizado por parte dos alunos e formas interativas de construção do conhecimento.
Também é evidente que, apesar dos impasses de acesso e de funcionamento, as tecnologias estão mais presentes nas instituições de ensino, ou seja, agora se encontram no cotidiano, tanto dos professores quanto dos acadêmicos, possibilitando descobertas, desafios e contribuindo para a aprendizagem,
Neste ínterim, fica claro que a emergência em se apresentar um novo formato de ensino/aprendizagem propiciou novas experiências para professores e estudantes. E ainda estimulou práticas voltadas à autonomia no processo ensino/aprendizagem, com o estudante como sujeito do processo. (Pereira, et al, 2020, p. 53).
Além disso, a partir dos relatos das discentes, foi visível os esforços dos docentes para ressignificar suas práticas, rever suas metodologias, buscar aprender mais sobre as tecnologias, escutar as necessidades dos acadêmicos e se adequar de modo tão rápido e intenso a uma nova e inesperada forma de ensinar e aprender, olhando para uma tela, estando impedidos do contato presencial e da interação física, que são tão importantes e significativos para o ser professor.
Considerações finais
Pensar, analisar e refletir sobre a aprendizagem em tempos de pandemia, através do depoimento das duas acadêmicas do Curso de Pedagogia, da UFSM, tornou-se um processo rico de compartilhamento de sentimentos, dúvidas, ideias, saberes e realidades. Foi possível verificar que os discentes têm muito a dizer sobre a pandemia, o ensino remoto, o distanciamento físico, as perdas, os ganhos, as necessidades, os desafios, as preferências e o como é “ser acadêmico” cotidianamente nesse novo contexto. Assim, este processo de escuta e de reconhecimento das demandas e realidades dos discentes pode inclusive auxiliar o docente a (re) pensar sua prática, tanto na modalidade remota quanto na presencial. Porém, observa-se que muitas vezes, faltam aos discentes espaços de voz e vez, na academia e em outros âmbitos, em um cotidiano permeado por inúmeras demandas e exigências.
O REDE, como foi possível perceber, solicitou adaptações por parte de ambos, docentes e discentes, sendo uma maneira significativa de, na medida do possível, manter-se vínculos e de potencializar a aprendizagem. As TICs foram essenciais e, apesar dos empecilhos, provocaram inúmeras descobertas de algo que, muitas vezes, era visto como distante da realidade acadêmica. Além disso, elas exigiram um maior esforço para a compreensão de seus funcionamentos, o que convida tanto acadêmicos quanto professores a estarem em constante busca por qualificação e aprimoramentos tecnológicos.
Os ricos relatos supracitados nas cinco categorias destacaram a presença de semelhanças e diferenças das realidades, vivências e sentimentos entre as duas acadêmicas. Tais aspectos demonstraram que a pandemia evidenciou a importância de docentes e discentes serem valorizados durante o processo de ensinar e de aprender, retratando a importância de um protagonismo de ambos.
Na categoria 1 "Como aconteceu a mudança do presencial para o remoto", foram apresentadas as mudanças encontradas no processo de transformação do ensino presencial para o remoto, decorrente do cenário pandêmico, e como foi vivenciado o momento de suspensão das atividades presenciais da Universidade Federal de Santa Maria pelas acadêmicas.
Já na categoria 2 "Desafios de estudar em casa", são explorados alguns dos desafios que as discentes enfrentaram para prosseguir com suas atividades acadêmicas em um ambiente diverso, suas residências, caracterizado por uma rotina diferente da que acontece na Universidade, exigindo mudanças e adaptações.
A categoria 3 "Dificuldades perante o ensino remoto" abordou as dificuldades de organização e concentração das discentes durante o processo de aprendizagem na modalidade remota. Neste sentido, as narrativas das acadêmicas foram permeadas pelas singularidades de como cada uma vivenciou este período em suas diversas facetas.
Em relação à categoria 4 “Metodologias adotadas pelos docentes no ensino remoto: quais foram favorecedoras e quais dificultaram a aprendizagem” foram expostas as falas das discentes A1 e A2 sobre as metodologias adotadas pelos docentes no ensino remoto, sendo que ambas mencionaram os pontos positivos e negativos vivenciados durante este processo de aprendizagem mediado pelas TICs.
Finalizando, na Categoria 5 “Adequação quanto ao uso das novas tecnologias da informação e da comunicação para gerir os processos de aprendizagem”, foram sistematizadas as experiências das discentes em relação à adequação quanto ao uso das TICs em seus processos de aprendizagem. As duas acadêmicas abordaram que tanto docentes quanto discentes enfrentaram empecilhos, mas também, encontraram oportunidades de aprendizados.
A partir deste artigo, com os relatos de experiências das acadêmicas, evidencia-se a importância da assistência e da disponibilidade de meios de comunicação interpessoal e de TICs para que essa aproximação entre acadêmicos, professores, instituições e tecnologias aconteça de forma mais potente. Tal perspectiva pode ser exemplificada a partir da UFSM que destinou cursos de formação continuada aos docentes da instituição com foco no uso das novas ferramentas tecnológicas na interlocução com o ensino. Além disso, a Universidade também disponibilizou canais de escuta e de apoio aos docentes e discentes, através de plataformas digitais, com intuito de prestar assistência a ambos, acolhendo os mesmos naquele momento singular.
Por fim, mas não menos importante, registramos que a pandemia, apesar dos inúmeros prejuízos, trouxe ensinamentos para humanidade que irão perdurar por muitos tempos posteriores, referentes à busca constante por interação social humana, valorização à vida, superação de desafios, buscas constantes de novas formas de aprender, uso de tecnologias cotidianamente e escuta do que o outro tem a dizer.
Referências
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[1][1] Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia – Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
[2] Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia – Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
[3] Dra. em Educação, professora do Departamento de Educação Especial - Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
[4] O primeiro semestre de 2022 iniciou em abril do corrente ano e as atividades acadêmicas na UFSM foram retomadas de forma presencial.